carreiras femininas e novas medidas de sucesso

por

Ly Takai
31/01/2023
lideranças femininas, sucesso e a urgência de ressignificarmos o “chegar lá” da vida profissional.
31/01/2023

por

Ly Takai

carreiras femininas e novas medidas de sucesso

tão logo se sente os batimentos da nossa existência, somos envolvidas por expectativas alheias. ao nascer elas nos aninham, transformam-se em nosso berço, são parte das memórias da infância como um amigo imaginário e na fase adulta ganham vida tal qual monstros escondidos debaixo da cama ou dentro do armário. 

há sempre uma expectativa a espreita e mesmo quando alcançamos o discernimento para fazer as nossas escolhas nos vemos cercadas por pais, amigos, amores e até desconhecidos que parecem saber exatamente o que se encaixa melhor nas necessidades que mal se revelaram. figuras que apontam como uma bússola, os melhores caminhos para alcançar determinadas medidas que na maioria das vezes, sequer nos servem.

a sociedade tem sua parcela de contribuição, enquanto mulheres passamos por uma revisão ininterrupta e minuciosa dos nossos corpos, ideais, desejos e ambições profissionais. os diagnósticos são diversos, do excesso de ambição à falta dela nos enxergamos inadequadas e nos condicionamos a esperar a validação externa como um sinal verde para seguir. percorremos trajetos repletos de castrações para nos encaixar e para evitar o confronto perdemos a voz, por fim, o pulso. 

quantas vezes não carregamos como fardos o peso de decisões que não tomamos, as marcas profundas revelam ainda a criação de padrões de insegurança, medo, ansiedade, necessidade excessiva de agradar. persistimos em trajetórias para sermos consideradas como uma pessoa que chegou lá, quando na verdade a cartografia pode ter nos levado rumo ao desencontro, um protagonismo frágil

diante dos atravessamentos cabe a provocação.: o que configura uma pessoa de sucesso? 

a internet potencializa a agonia com vitrines perfeitas e a cacofonia dos storytellings sem margem para o fracasso, como se na vida isso fosse plausível. não nos sentimos suficientes, distantes de qualquer realização torna-se tentador projetar a existência no que nos é apresentado, até como escape às nossas responsabilidades. mas o resultado dessa equação reflete na forma dolorosa na qual estamos nos relacionando com a gente, com o outro, com o todo e a carreira não ficaria de fora. 

no dicionário, sucesso é definido como “acontecimento favorável; resultado feliz” e talvez para decifrar essa incógnita é preciso ir na gênesis. a resposta, entretanto, pode se revelar em forma de um novo questionamento.: se eliminássemos a carga depositada pelo outro, qual seria a sua própria medida? o que pode responder o enigma é a honestidade para assumir os desejos e a partir dessa consciência sustentá-los.

não há certo ou errado, as definições são infinitas, subjetivas, na verdade, quando trata-se do sucesso se apresentam como uma combinação de possibilidades. enquanto profissionais que anseiam por um protagonismo significativo nos mercados criativos, antes de falar sobre branding ou estratégias precisamos propor uma nova ótica sobre conceitos convencionais que pautaram até o momento o sucesso como conquistas específicas e materiais.

o que te move profissionalmente? 

metas e ambições são importantes, mas antes que sejamos consumidas pela frustração é dever retornar aos desejos mais profundos, aos objetivos e intenções encontrando o caminho de volta para casa, a resposta está dentro e não fora de nós. para não sermos soterradas pelos anseios externos devemos decifrar qual impacto queremos deixar no mundo por meio de nossas afirmativas.

numa jornada de construção de carreira a não linearidade deve ser o ponto de partida, o foco precisa estar no percurso e não necessariamente no ponto de chegada, cabe o incentivo para percorrer um processo que acolhe as transformações, que percebe o “chegar lá” a partir de novos contornos, um “lá” que às vezes se altera diante do amadurecimento das nossas vontades

a força que move uma mulher nunca é a mesma que move outra. somos plurais, para romper com essa dinâmica é preciso estar aberta a fazer perguntas, também acolher, celebrar e firmar a própria individualidade. não há mais espaço para pensar carreira sem abarcar a complexidade do que é ser mulher na contemporaneidade. 


sem essas reflexões, as mazelas criam gatilhos para a auto sabotagem onde seremos reféns do que outro espera de nós e terminaremos sentenciadas a uma prisão onde a insuficiência é nosso maior carrasco. desejamos com as carreiras do futuro ambicionar e acessar lugares, nos desenvolver a partir de escolhas conscientes, desejosas, proprietárias, escolhas essas que nos permitirão crescer, mas sem ferir nossos próprios princípios.

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